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A Iniciação

A Tradição Família da Terra é uma tradição iniciática, ou seja, todos os participantes efetivos devem passar por um processo de aprendizado, chamado de Germinação, que resultará na sua Iniciação. O diferencial da nossa Tradição é que temos dois momentos de iniciação: o primeiro vinculado ao que chamamos de Iniciação Vertical, ou Nascimento, corresponde ao rito de passagem mais importante entre nós, quando o aprendiz encontra dentro de si mesmo(a) seu ponto de mudança consciencial e ultrapassa-o (re)nascendo num novo nível de consciência que lhe permite ver o mundo e a si mesmo numa perspectiva completamente distinta.

A partir desse momento o Nascido(a) poderá exercer funções administrativas e auxiliar na manutenção e crescimento da Tradição. Caso haja interesse em exercer a função sacerdotal a pessoa deve avisar ao seu/sua Germinador(a), que irá preparar um treinamento complementar que será coroado com a segunda iniciação, a Horizontal, nomeada de Florescimento. A partir desse momento a nova Sacerdotisa/Sacerdote passará a exercer funções religiosas específicas, vinculadas ao momento de seu treinamento sacerdotal. O pedido para entrar no Sacerdócio pode ser feito a qualquer momento após o Nascimento da pessoa, não havendo necessidade de fazê-lo logo quando o treinamento básico se acaba. 

É importante ressaltar que Iniciações não são ritos mágicos que irão resolver todos os problemas da pessoa. Elas marcam momentos específicos de mudança consciencial e comprometimentos em diferentes níveis e camadas da vida. Uma pessoa iniciada não é uma pessoa sem problemas, nem uma pessoa que deu conta de toda sua sombra e/ou complexos internos. Iniciações falam sobre nosso compromisso interno com a transformação pessoal e quando acompanhadas do sacerdócio elas marcam também o compromisso em auxiliar outras pessoas nessa mesma senda.  

A Jornada do Aprendiz dentro da Tradição Família da Terra

A escolha de alguém para te guiar numa jornada espiritual talvez seja uma das tarefas mais importantes para a pessoa que está no processo de busca. É importante que ambas se conheçam por algum tempo e tenham um mínimo de contato para tomarem a decisão correta sobre dar início ao caminho formal do treinamento. É preciso “dar match”, como diríamos nos tempos modernos. A partir daí um rito oficial de entrada da pessoa na Tradição será feito, dando início ao seu treinamento formal em nossa família. 

A Germinação

Em nossa tradição o treinamento inicial de uma pessoa é dado no formato de 12 raízes: 12 estudos direcionados que irão proporcionar à pessoa um desenvolvimento integrativo que trará benefícios inúmeros para sua vida. Cada raiz é composta de estudos intelectuais, práticas energéticas e desenvolvimentos psicoemocionais que culminarão na Iniciação Vertical ou Nascimento. Caso seja de interesse da pessoa juntar-se ao Sacerdócio, então uma décima terceira raiz será passada e essa culminará no Florescimento. 

É importante ressaltar aqui que o treinamento não irá levar necessariamente à Iniciação. Além dos casos óbvios em que tanto aprendiz quanto Germinador(a) interrompam a jornada pelos motivos que lhes caibam, há ainda a possibilidade de todo o treinamento ser feito a contento e mesmo assim o/a Germinador(a) entender que a pessoa não está pronta para esse movimento. Nesses casos muito delicados caberá à pessoa Germinadora explicar ao aprendiz o porquê de sua decisão em não finalizar o treinamento com a Iniciação. Lembrando que, caso o/a aprendiz acreditar que está sofrendo de algum tipo de abuso moral ou de autoridade, é importante que reporte ao Conselho de Anciãos e peça por uma avaliação neutra sobre o assunto.

Nascimento

Aqui a nova pessoa iniciada poderá manter-se como membra ativa da Tradição sem precisar exercer funções sacerdotais, cabendo a ela auxiliar em questões administrativas e organizacionais, de acordo com os direitos e deveres instituídos à sua posição.

Florescimento

O sacerdócio é um período de longo estudo e aprofundamento em questões essenciais da nossa Tradição. Dividido em 4 Ciclos relacionados aos 4 elementos, nesse período a pessoa Florescida irá buscar seu aprimoramento espiritual, desenvolvendo novas aptidões e tornando-se mestra de si mesma. Essa parte da jornada é intensa e muito empoderadora e tem como objetivo principal desenvolver a maestria da pessoa Florescida. A partir do Ciclo do Ar a pessoa estará habilitada para se tornar uma Germinadora, podendo dar treinamento para outras pessoas sob a supervisão de quem lhe Iniciou.

Plenitude

Nessa última etapa de nossa Jornada a pessoa atingiu o nível mais alto de desenvolvimento em nossa Tradição e não precisa mais da supervisão de quem lhe iniciou para dar treinamento a outras pessoas. Ela também passa a fazer parte do Conselho de Anciãos e passa a ter total autonomia dentro da Tradição, desde que respeite as regras internas cabais.

Critérios para aceitação de aprendizes

Os critérios para aceitação de novos aprendizes são pessoais e repousam em perfeito amor e perfeita confiança. Ainda, existem critérios mínimos que devem ser considerados quando da demonstração de interesse por uma pessoa postulante. São eles:

  • Postulantes a aprendizes devem ter a idade mínima de 18 anos;
  • Postulantes a aprendizes devem respeitar a diversidade do corpo da tradição (aprendizes, sacerdócio);
  • Pessoas de religiosidades externas serão avaliadas individualmente: cultos antagônicos ao paganismo e bruxaria não serão aceitos;
  • Para as pessoas que possuem uma prática devocional que converse com o paganismo, a manutenção do trabalho poderá ser aceita (ou não), mediante conversa;
  • Postulantes a aprendizes deverão se responsabilizar por sua saúde mental e neurodivergências específicas. Elas devem ser comunicadas ao Germinador no momento da entrevista, e a consciência de que o papel do sacerdote não é terapêutico deve ser tomada;
  • A presença de precedentes criminais hediondos não é obrigatoriamente impeditiva para a entrada, mas deve ser informada na conversa com o germinador para que este possa tomar a decisão de aceite.

Direitos e Deveres das Pessoas Aprendizes

Às pessoas aprendizes são concedidos os direitos de:

  • Acionar o Conselho de Anciãos para discutir questões relacionadas a problemas pessoais graves;
  • Ter um ambiente seguro, propício e saudável para o seu desenvolvimento espiritual e devocional;
  • Acompanhamento individual periódico com seu(sua) Germinador(a);
  • Acesso às energias que estão sendo trabalhadas pela Tradição em cada Ciclo Elemental;
  • Solicitar intervenções ou aprofundamentos mágicos dentro das energias trabalhadas pela Tradição para o seu germinador(a);
  • Solicitar ao seu germinador(a) ou ao Sacerdócio trabalhos mágicos referentes às demandas pessoais;
  • Solicitar consulta ao Oráculo vigente para dúvidas de questões pessoais relevantes;
  • Questionar qualquer demanda do germinador que coloque em risco sua integridade física, psíquica e/ou emocional, através de consulta ao Conselho de Anciãos.

Às pessoas aprendizes são elencados os seguintes deveres:

  • Finalizar as raízes em prazo acordado com o seu Germinador(a); 
  • Comprometimento com o processo de germinação;
  • Participar de todos os rituais, encontros virtuais ou presenciais da tradição, priorizando os encontros obrigatórios (faltas serão avaliadas individualmente);
    • Todas as faltas devem ser avisadas e justificadas previamente. No momento da justificativa, o(a) Germinador(a) se reserva o direito de julgar a validade da mesma perante as circunstâncias.
    • As faltas devem ser informadas – não necessariamente justificadas – no grupo do Sacerdócio anteriormente pelo Germinador.
    • É concedido um limite de 20% de faltas dentro do calendário anual da TFT, válido para todes.
  • Verificação e devolutiva periódica nos canais oficiais de comunicação da Tradição (Grupos do Whatsapp);
  • Participação periódica e consistente nos canais de comunicação;
  • Contribuição financeira (caso não ocorra de forma mensal diluída, será solicitada de forma integral na realização dos Encontros Gerais);
  • Priorizar as práticas devocionais e mágicas da germinação frente a outras práticas;
  • Cumprir com outras demandas acordadas previamente com o Germinador(a);
  • Pedir permissão a um Sacerdote antes de divulgar sobre o Círculo Externo e outros trabalhos da Tradição ao público geral/em mídias sociais;

Círculo externo

O círculo externo da Tradição Família da Terra foi criado com o intuito de servir como um espaço seguro de aprendizado e compartilhamento de conhecimentos pertinentes a bruxaria para pessoas que não tenham o interesse de se comprometer com um processo de iniciação dentro de uma Tradição, que queiram praticar e compartilhar suas experiências num local sério e seguro ou que desejem conhecer melhor as visões e forma de trabalho da TFT de forma menos comprometida. 

A proposta do círculo externo é promover discussões de tópicos relevantes, fomentar o conhecimento e a pesquisa, indicar e compartilhar bibliografias, dividir práticas e tirar dúvidas. Além disso, os membros também podem ser convidados a participar de rituais e práticas abertas da TFT mediante convite e interesse. 

O círculo externo é aberto, mas não público. A admissão depende do preenchimento cadastral e uma análise dos sacerdotes responsáveis, que se reservam o direito de monitorar o grupo, remover ou adicionar pessoas de acordo com as regras propostas e aceitas em conjunto.