A Tradição Família da Terra (TFT) é uma Tradição de Bruxaria que se caracteriza especialmente pelo seu foco em práticas de enfrentamento, assimilação e harmonização com a Sombra. Nossa Tradição foi criada a partir dos anos de práticas do Ancião Diego Santos e de seus primeiros iniciados, especialmente a Anciã Camila Ribeiro, sua primeira aprendiz e iniciada.
Nos identificamos dentro da filosofia espiritualista do (Neo)Paganismo, ou seja, somos uma Tradição que acredita na sacralidade da matéria, no desenvolvimento do corpo e suas capacidades como manifestação de espiritualidade, na harmonização com as forças da Natureza Selvagem, no amor à vida terrena, na horizontalidade de importância entre todas as espécies e seres que compõem a Natureza (Selvagem e não Selvagem).
Nossa Cosmovisão baseia-se principalmente no Animismo, que todo ser existente possui sua própria essência espiritual e sagrada, sendo essencial que aprendamos a lidar com todos eles através de uma relação respeitosa e digna.
Nossa Tradição também é politeísta, cultua mais de uma divindade em diferentes panteões. Nosso culto devocional é alicerçado através do estudo das origens das divindades, seus cultos antigos e formas modernas de mantê-los vivos, dessa forma não somos uma Tradição reconstrucionista. Apesar de uma proximidade com a Wicca não nos consideramos uma Tradição Wiccaniana, uma vez que: não somos uma Tradição Sacerdotal (nem toda pessoa iniciada torna-se sacerdotisa); nosso calendário é prioritariamente lunar e celebramos somente os marcos astronômicos, compartilhados por tantas diferentes religiões; não cultuamos a Deusa Tríplice e o Deus de Chifres; não reconhecemos a ascendência iniciática até Gerald Gardner necessária em nenhum nível. Ainda assim, reconhecemos a importância central da Wicca para a retomada do (Neo)Paganismo no mundo.
Há dois princípios que norteiam a prática e desenvolvimento na TFT: a Autenticidade e a Autonomia. A partir desse direcionamento, nossos(as) inciados(as) (Nascidos e Florescidos) são instruídos a serem cada vez autossuficientes em seu empoderamento, o que lhes permite ser independentes da Tradição, permanecendo conosco pelos laços de amor, cumplicidade, carinho, confiança e desejo; jamais por necessidade. Para além desses dois princípios, nosso código de ética inclui o respeito entre todos os seres; a transparência das intenções entre nossos integrantes; a sinceridade e a honestidade; a não intenção de prejudicarmos uns aos outros; a prática do acolhimento sem condescendência; a prática da liberdade através da disciplina; a prática do reconhecimento de nossos potenciais e orgulho pessoal; a prática da cooperação e não da competição; o amor à diversidade e toda sua expressão; a escuta das necessidades sociais e relacionais de nossa espécie; a organicidade de nossas práticas.