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Conexão com os 5 elementos

A percepção do mundo ao nosso redor através da perspectiva dos 4 elementos é uma antiga metáfora muito conhecida e utilizada em diversos caminhos filosóficos e mágicos. A busca pelo conhecimento dos alicerces básicos da vida composto por partes indivisíveis sempre moveu mentes geniais por toda a história. A ciência moderna entende as sub-partículas atômicas como o mais próximo dessa indivisibilidade, ainda que saiba que o conceito de “indivisível” talvez seja impossível de ser atingido.
As mais diversas religiões pagãs tem seu próprio olhar sobre os compostos mínimos da Natureza, que abarca a humanidade e toda sua ciência, e de maneira geral o entendimento dos 4 elementos é recorrentemente utilizado para explicar e compreender esse entendimento. É importante dizer aqui que quando falamos dos 4 Elementos, Terra, Fogo, Água e Ar, estamos falando mais do que o elemento manifesto: estamos falando de uma associação psíquica, simbólica e arquetípica. Quando dizemos que alguém tem excesso de Ar, nos referimos a um excesso das características que compõem o imaginário relacionado ao Ar, não ao ar palpável em si. 
Na Tradição Família da Terra os 4 elementos são observados, estudados e relacionados com a base mais primitiva da vida, através deles podemos compreender as composições físicas, emocionais, psíquicas e energéticas de todos os sistemas complexos que encontramos na Natureza. Dessa forma toda nossa organização acontece dentro da metáfora dos 4 elementos, desde os sub-componentes das Raízes (estudos direcionados que são passados aos aprendizes), até a divisão do nosso calendário anual. As simbologias específicas associadas a cada elemento varia de acordo com as energias divinas que regem nossa Tradição.  
Há ainda uma questão a mais nessa percepção elemental da vida: o 5º elemento, que recebe um lugar especial em nossa Tradição – um lugar de base, onde (considerando associações tradicionais feitos ao elemento Éter) o torna o próprio espaço tempo onde os outros elementos se manifestam. Dessa maneira o elemento do Espírito, assim chamado por nós, representa o acesso profundo ao mundo espiritual e é o regente máximo de nosso calendário anual, oferecendo uma linha de continuidade à medida que os 4 elementos se deslocam e transformam nossas vidas. 

Divindades de culto e trabalho

A Tradição Família da Terra, sendo uma tradição neo pagã, é politeísta e de base animista. Isso significa que acreditamos que toda a Natureza, selvagem ou não, possui alma e que essa alma torna tudo que há sagrado. Nosso panteão religioso é eclético e engloba divindades de inúmeras culturas, sendo esse um objetivo desejado por nós desde sua concepção não oficial. Para nós é importante que haja energias diversas e de diferentes panteões fluindo entre nós, dessa forma podemos nos aproximar de um culto mais diverso e amplo.

Ainda que nosso panteão conte com divindades de alguns locais onde seu culto se mantenha ininterrupto desde sua origem, não somos e nem pretendemos ser uma tradição reconstrucionista, ou seja, não tentamos reviver o culto a essas divindades tal qual ele era feito antigamente. Contudo, também cultuamos divindades cujo culto ocorre de maneira ininterrupta dos tempos antigos até hoje e, ainda que haja um profundo respeito a esses cultos, não pretendemos mantê-los tais quais são. Nosso desejo é estudar a origem de cada uma de nossas divindades, compreendendo os símbolos, arquétipos e complexos que lhes cabe e encontrar formas de culto que sejam antigas e modernas, da maneira que for possível, estabelecendo uma conexão própria com essas divindades e experienciando nosso próprio modus operandis.
Cada uma de nossas divindades de culto rege uma importante energia para nossa Tradição, de maneira que suas regências são conferidas aos Ciclos do nosso calendário anual. Assim, todos os anos nos aprofundamos no culto das divindades regentes, que mudam de acordo com o avanço do calendário. Por nosso calendário ser lunar, as entradas dos elementos nem sempre acontecem no mesmo período do ano gregoriano, o que aumenta a nossa diversidade na percepção e aprofundamento com cada Elemento, Divindade e Estação do Ano.


Há também uma relação poderosa entre as pessoas aprendizes e as divindades. Quando uma pessoa entra na Tradição como aprendiz, ela recebe – através de um oráculo específico – as bênçãos de duas divindades que representarão, a partir dali, a essência da pessoa aprendiz. Essas divindades serão a base espiritual em sua jornada e auxiliarão na compreensão de si mesmo e do mundo ao seu entorno. O trabalho de aprofundamento com tais divindades é extremamente importante, poderoso e restaurador, e através dele é possível que a pessoa aprendiz atinja profundos níveis de auto conhecimento e desenvolvimento pessoal.

O trabalho com luz e sombra

Nossa Tradição, como a grande maioria das tradições mistéricas e/ou iniciáticas, tem como um dos seus cernes o desenvolvimento pessoal através do olhar analítico sobre nossa Luz e Sombra. O direcionamento dado a esse olhar não é um direcionamento psicoterapêutico e não substitui a terapia tradicional, que inclusive é altamente recomendada para nossos membros. Ainda assim, esse olhar sobre esses dois importantes aspectos da nossa psiquê compõe uma das forças binárias tensionais que gera crescimento e poder.

Dentro de nossa simbologia específica, a pessoa aprendiz está aprofundando suas raízes ao mesmo tempo que germina do solo em busca de ar e sol. Dessa maneira, o trabalho com a Sombra nos auxilia a compreender, assimilar e ressignificar aspectos indesejados de nossa psiquê, proporcionando cura. O trabalho com a Luz gera auto estima, empoderamento e reconhecimento das nossas maestrias, e harmoniza nossas características externas com nossos desejos internos. Todo esse processo auto observacional faz parte do treinamento das pessoas aprendizes e iniciadas, e é direcionado pela pessoa germinadora.

Na TFT temos um especial carinho com a ideia de autenticidade e autonomia.Portanto, entendemos que esses objetivos internos devem ser atingidos pela própria pessoa: de maneira alguma a pessoa germinadora irá conduzir a aprendiz a fazer algo que lhe cause feridas psíquicas ou lhe coloque em risco físico. Os direcionamentos acontecerão dentro de um ambiente respeitoso, acolhedor, seguro e por onde flua a confiança de que cada trabalho indicado, cada meditação sugerida, cada devocional proposto estará em ressonância com o crescimento de ambos. Essa é uma base importante para nossa Tradição pois acreditamos que somente a própria pessoa tem o poder final sobre si mesma e esse poder jamais deve ser entregue a ninguém.

Autenticidade e Autonomia

Dentro da Tradição Família da Terra buscamos compartilhar nossos processos, apoiar uns aos outros e caminhar lado a lado na senda da bruxaria, mas honramos os ritmos e vivências pessoais de cada integrante.

A TFT recebe com amor e acolhimento todas as pessoas, respeitando suas jornadas anteriores, iniciações e sacerdócios prévios, abrindo espaço para que todos os membros se expressem e vivenciem as experiências propostas de forma autêntica.

Nossas crenças e direcionamentos são abrangentes o suficiente para abarcar as visões pessoais dos membros, e as discussões e compartilhamentos não são apenas aceitas, mas altamente incentivadas – crescemos muito nas divergências e discordâncias e abominamos qualquer mentalidade dogmática autoritária. 

Da mesma forma, a autonomia dentro dos processos de germinação e sacerdócio também é celebrada. Apesar de possuirmos um programa formatado de estudos, leituras e práticas, entendemos que cada processo é único por si só. A pessoa germinadora estará sempre presente para oferecer orientação necessária, mas quem caminha o caminho é a pessoa aprendiz. O sacerdote e a Tradição também não se propõem a “levar pela mão” nenhuma pessoa, buscamos formar praticantes e sacerdotes em contato profundo com seu poder pessoal, independentes e autônomos. Dito isso, os processos podem variar de duração, práticas específicas e exigências pessoais, de acordo com a abertura e necessidade do aprendiz.